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Entrevista: Sioux 66 quer contar sua história no Summer Breeze Brasil

Com mais de 10 anos de estrada, a Sioux 66 já abriu os shows do Aerosmith, Titãs e vai se apresentar nesta sexta (26/04) no Summer Breeze Brasil.

Por: Priscilla (@jardim_sonoro)

Apesar de jovens, os garotos do Sioux 66 já reúnem muita experiência em grandes palcos e com grandes artistas. Sua sonoridade também atravessou o tempo, indo desde letras em português e o hard rock (primeiras influências da banda) até chegar à maturidade, em que mistura um som mais progressivo e até experimental.

Atualmente, a banda é formada por Igor Godoi (vocal), Bento Mello (baixo), Yohan Kisser (guitarra) e Gabriel Haddad (bateria), que estão se preparando para contar sua história no show do Summer Breeze Brasil, nesta sexta (26/04).

E, para saber de todos os detalhes, O Jardim Sonoro bateu um papo com Bento Mello, baixista do Sioux 66, sobre a trajetória da banda, as novidades que eles estão preparando para 2024 e as expectativas para a edição brasileira do festival Summer Breeze Brasil.

Foto: Pedro Margherito

Sonoridade e mudanças na formação

JS: Como as mudanças na formação e os anos de estrada influenciaram/agregaram à sonoridade e à proposta do Sioux 66? 

Bento Mello: Boa. Sobre a mudança de quarteto para quinteto, a banda mudou pouco de integrantes, mas acho que o que mais mudou fomos nós mesmos. Eu, o Gabriel e o Igor crescemos juntos dentro dessa banda. Quando a gente começou, o Igor tinha 17 pra 18 anos, eu tinha 20 e o Gabriel 21. Então, a gente foi evoluindo, crescendo, as influências foram mudando, os conceitos também. 

Já quando o Yohan entrou, ele trouxe muitas influências diferentes, que era algo que a gente já queria, depois de fazer dois discos (que são meio que uma evolução um do outro – o primeiro disco foi “Diante do Inferno” e o segundo foi o  “Caos”). Eu acho que, hoje, a banda como um quarteto está soando mais pesada e mais compacta, mais sólida. E a gente está bem feliz com isso.

Foto: Marcos Hermes

JS: A maioria das letras da banda são em português. Qual o motivo dessa escolha? Vocês notam diferença na receptividade do público quando a música é inglês e em português?

Bento Mello: O lance das letras em português, na verdade, foi algo que a gente decidiu no começo da banda, porque era o que estava rolando na época. Tinha uma onda acontecendo, aqui no underground, de bandas cantando em português. E era um momento que ainda rolava alguma coisa na MTV e a 89FM estava voltando a ser a Rádio Rock em São Paulo.

Então, na época, a gente tomou essa decisão e acho que a gente trabalhou isso de um jeito muito legal. E também, dentro do que eu falei na outra resposta – sobre mudanças de influência, de pensamento e tudo – a gente, nessa etapa, pós terceiro disco, optamos por fazer letras em inglês para poder abrir outras portas. 

Enfim, a aceitação tem sido bem legal, acho que a gente criou uma história da banda, sabe? Tipo, independente do idioma, a banda tem uma identidade, tem uma sonoridade bem marcante.

Referências e shows de abertura

Além das letras próprias em português, a banda gravou uma versão da música “O calibre” dos Paralamas do Sucesso. E conta ainda com a referência direta dos Titãs, para quem o Sioux 66 abriu alguns shows em 2023, e que tem o vocalista Branco Mello, pai do Bento Mello.

JS: Ainda sobre a influência nacional, quem são as referências rock e hard rock brasileiras da banda?

Bento Mello: Cara, acho que nossas influências brasileiras ficaram mais no lance das letras mesmo, né? De como fazer um rock pesado em português, acho que realmente a influência que eu tenho em casa aqui é dos Titãs, principalmente da fase mais pesada ali – entre “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” e “Titanomaquia” -, que são uma referência forte que a gente trabalhou, especialmente no nosso primeiro álbum com o Yohan, em 2019.

Mas falando musicalmente das nossas influências, acho que a grande maioria das bandas de hard rock, mesmo as brasileiras, vem das bandas clássicas. Quando a Sioux 66 começou, a gente tinha muita influência de Guns N’ Roses, Aerosmith… e depois foi passando pra uma coisa mais de Van Halen, talvez Kiss. O Yohan trouxe uma influência de progressivo também. Enfim, acho que isso resume um pouco o som.

JS: Dentre as bandas para quem vocês já abriram, qual foi o show mais marcante e por que?

Bento Mello: Bom, sobre as aberturas, acho que tem dois momentos muito importantes. Primeiro, a abertura do Aerosmith, em 2016, que coroou um momento muito especial da gente naquela época, em que estávamos trabalhando muito. Foi no dia seguinte que a gente lançou o nosso segundo álbum, “Caos”. 

A gente tinha feito a nossa versão do “Calibre” (dos Paralamas do Sucesso), que tava indo super bem e coroou aquele momento. Foi a nossa primeira experiência tocando em show grande. Foi muito, muito, muito marcante. A gente teve uma recepção super bacana e acho que a gente fez um show incrível. 

E agora, mais recentemente, a gente fez as aberturas dos shows da turnê Titãs Encontro. Eu acho que tinha todo um apelo familiar ali e tudo mais, foi muito especial. Principalmente pra mim, porque foi a primeira vez da banda como quarteto tocando em São Paulo. 

E aqueles shows foram muito, muito especiais. A gente conseguiu resumir bem a carreira da banda naquele show e que foi apresentado para um público muito legal. Angariamos muitos fãs ali naqueles dias.

Novidades para 2024 e Summer Breeze Brasil

JS: O que vem por aí de novidade em 2024?

Bento Mello: A gente está no momento de finalização do nosso quarto álbum, boa parte do álbum vocês já conhecem, porque a gente tem lançado singles. Lançamos três músicas juntas, no EP “Vault”, em 2022. Hoje em dia, a gente trabalha num ritmo um pouco mais tranquilo, porque todo mundo tem outros trabalhos, outras bandas, enfim, outras responsabilidades.

Então, a gente não consegue acelerar, mas com certeza, em alguns meses, a gente deve estar lançando pelo menos mais um single com um clipe e outras quatro faixas inéditas que vão fechar esse ciclo que se iniciou lá em 2022 com o “Vault” e vai virar um lindo disco.

Ah, e também é importante dizer que a gente vai lançar um álbum ao vivo, que vão ter sete faixas gravadas na abertura dos shows “Titãs Encontro” em dezembro no Allianz Park. Algumas faixas já estão disponíveis com vídeo no YouTube e também, logo logo, vão para todas as plataformas. E, com certeza, vamos fazer um produto, um CD, enfim, desse material ao vivo.

Foto: Marcos Hermes

JS: Comente um pouco sobre o show do Summer Breeze. Estão preparando algo especial?

Bento Mello: Sobre o Summer Breeze, deram um spot sensacional pra gente, porque vamos poder fazer um show longo e passar pela história toda da banda e focar principalmente nesse momento atual. Vamos tocar nossas cinco músicas lançadas em inglês mais recentemente, além de três inéditas. E vamos tocar músicas do nosso repertório que vão contar isso: a história da banda.

Então, acho que nossos fãs mais antigos vão gostar, nossos fãs mais novos também. Fizemos um show de aquecimento no La Iglesia bem legal e pudemos testar tudo lá. E é isso, estamos prontos!

O que esperar do show do Sioux 66

Quem esteve presente no La Iglesia, no último dia 21/04, pôde comprovar o quanto a banda cresceu e evoluiu ao longo desses 10 anos. Pois, nesse show o Sioux 66 apresentou um resumão de cada trabalho e deu pra notar o quanto eles mudaram e agregaram influências diferentes.

Nisso, o setlist passeia por canções super hard rock, mas também por composições progressivas e quase psicodélicas. Porém, nada tira a identidade do grupo, que se mostra versátil e entrosado.

Quando questionado sobre “Se o Sioux 66 fosse uma pessoa, quem seria?”, Bento Mello respondeu:

Eu diria que é uma pessoa que tem muita história e que adora contar suas histórias e se divertir com elas, seja dos momentos mais difíceis, seja dos momentos mais gloriosos. E essa pessoa gosta de se divertir muito, porque realmente é algo que a gente tem. 

Nós gostamos de passar um astral bacana e queremos que as pessoas que estão com a gente nos shows estejam se divertindo e se sentindo em casa. Se eu fosse chutar um personagem, talvez, o Sioux 66 fosse um forest gump da vida, um contador de histórias.

O comentário resume a vibe do Sioux 66, pois mesmo que você nunca tenha ido a um show da banda, é impossível não se envolver com a sonoridade deles. Eles sabem como trazer o público para o espetáculo e a impressão que dá é que eles parecem mesmo ter nascido para os palcos. Então, prepare-se, o Sioux 66 toca às 19:40 no Palco Waves Stage no festival Summer Breeze Brasil.

Sioux 66 online

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SOBRE O SUMMER BREEZE BRASIL

O festival, que acontece nos dias 26, 27 e 28 de abril, no icônico Memorial da América Latina, em São Paulo, promete ser mais uma vez um grande divisor de águas no mercado de shows no Brasil. E cada capítulo desta nova temporada trará um pouco das expectativas que os convidados do podcast possuem para esta nova edição do festival alemão na América Latina. 

A experiência completa do Summer Breeze Open Air Brasil contará com Feira Geek, Feira de Tattoo, gastronomia diversa, lounges premium, com todos os amenities e comodidades, Espaço Kids, lojas com diversos produtos do universo rock, merchandising variado do festival e das bandas participantes e muito mais.

Este evento promete não apenas ser um divisor de águas no mercado de shows no Brasil, mas também um ponto de encontro para a nova geração do metal brasileiro, demonstrando a força e a diversidade do gênero no país. Para mais informações sobre o festival e sua programação, acesse o site do Summer Breeze.

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